terça-feira, 18 de maio de 2010

a criacão do mundo como o conhecemos

De tê-lo visto tão de perto, pude notar uma mudança profunda na cor dos pêlos, postura dos dedos, hálito e axila. Até mesmo a temperatura da língua, sempre incisiva na minha boca, era outra. Apesar de reconhecer as mãos quase ancestrais que me compunham notas de piano nas vértebras, a novidade da melodia traçava horizontes, inventava galaxias, pixava muros.

De tê-lo sentido tão rente, notei que algumas carnes se grudaram. Delas, raízes simbióticas se espalharam e nas urbes que nasceram, nações crescem com nossas caras. Umas falam teu alfabeto, outras têm meu o meu sorriso.

Somos Gaia gerando titãs traiçoeiros, somos soma dos tempos, acúmulo de glórias e derrotas e somos, principalmente, interminados, por fazer.

Um comentário:

Anônimo disse...

preciso te apontar no teatro meu mais novo objeto de desejo. ou seria desespero?
promete que não vai torcer o nariz?